A direção do Sisejufe está em articulação com diversas entidades sindicais e movimentos sociais para lutar contra o processo de desmonte do Estado e os ataques a setores estratégicos dos serviços públicos e das estatais, protagonizados pelo governo Bolsonaro e parte do Congresso Nacional. Nesta segunda-feira (03/02), o presidente do sindicato, Valter Nogueira Alves, conversou com um grupo de trabalhadores que faz vigília em frente à sede da Petrobras, na Av. Chile, no centro do Rio de Janeiro. Eles são ex-funcionários da Fafen-PR, fábrica de fertilizantes da estatal que será fechada, afetando mil famílias.
O diretor do Sindquímica-PR Patric Fernando de Melo, que está entre os demitidos da unidade, contou a Valter Nogueira que a empresa anunciou em janeiro que haveria uma demissão em massa, escalonada entre 30, 60 e 90 dias e que seriam demitidos 100% dos funcionários, diretos e indiretos. “Alguns dias depois, o nosso movimento se iniciou e o pessoal se acorrentou na frente do portão da fábrica. A gente fez um acampamento que está completando 15 dias de resistência. Se somando a esse ato, no dia 1º de fevereiro foi declarada greve de todo sistema Petrobras e a gente entrou em greve também”, explicou o sindicalista.
Ocupação e resistência
Um grupo de cinco dirigentes da Federação Única dos Petroleiros (FUP) segue ocupando uma sala do quarto andar no prédio da estatal. A ocupação começou na última sexta-feira (31), às 15 horas. Eles afirmam que só vão deixar o local se a direção da empresa recuar da decisão de dispensar os trabalhadores da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen). A medida descumpre, de acordo com a FUP, um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) .
O Acordo Coletivo foi assinado em novembro do ano passado pela Petrobras e por suas subsidiárias, com chancela do Tribunal Superior do Trabalho. Segundo a FUP, as demissões em massa na Fafen ocorreram sem nenhuma comunicação prévia ao sindicato ou à federação.
Greve nacional
A greve nacional dos petroleiros chega ao quinto dia nesta quarta-feira, com adesão de cerca de 18 mil trabalhadores e trabalhadoras. A paralisação já alcançou 30 unidades do chamado Sistema Petrobras em 12 estados da Federação. Na manhã desta terça-feira, 13 plataformas já eram alvo do movimento de greve.