Carnaval é cultura popular, festa e resistência. Para nós do Sisejufe, é sempre uma manifestação pra lá de especial e democrática. Esse ano, depois de mais de 2 anos longe da folia, por causa da pandemia, estamos de volta botando, literalmente, nosso bloco na rua.
Nesta quinta-feira, 16/02, “A Justiça é cega, mas eu não”, o bloco do sindicato, fez duas apresentações: uma pela manhã, em frente ao TRT1, e uma à tarde, na Cinelândia. E foi simplesmente lindo ver de novo servidoras, servidores, amigos e transeuntes entrando no clima do Carnaval e cantando junto com a gente.
Formado por servidoras e servidores sindicalizados que fazem parte do curso de percussão “Batuque na Justiça”, em parceria com a Fina Batucada – bateria formada por mulheres e comandada por Mestre Riko -, o bloco “A Justiça é cega, mas eu não” começou o dia animando o pessoal que passava em frente à sede do TRT1, na Rua da Imprensa, Centro do Rio.
Com o tema “Pelo trabalho seguro e contra o trabalho infantil”, o samba-protesto diz logo de cara a que veio: cair na folia, sim, mas sem esquecer das nossas lutas e demandas por um país melhor para todos nós, servidores públicos e sociedade em geral.
Composto pelos diretores do Sisejufe e servidores do TRT1 Andrea Capellão e João Victor, além de Carlos Alberto Falcão Jr, o samba tem um trecho que diz assim: “Trabalho tem que ser seguro, acidente não pode acontecer. Trabalhador, preste atenção às regras para a sua proteção. Lugar de criança é na escola estudando e jogando bola. Na rua, só se for para a folia.”
Eunice Barbosa, presidenta do sindicato, agradeceu a presença de todos, celebrou a parceria com a Fina Batucada e com o TRT1 e comentou: “Todas as ações e que defendam o direito das trabalhadoras, dos trabalhadores e de toda a população e que visem defender e fortalecer a democracia, podem contar com o Sisejufe, podem contar com o nosso apoio e com a nossa presença. Obrigada a todos e que tenhamos um bom carnaval, com segurança e alegria.”
Capellão, que além de dirigente do Sisejufe é servidora do TRT1, lembrou que a primeira vez que o sindicato, o Tribunal e a Fina Batucada uniram forças e fizeram um carnaval consciente, com alegria mas também discutindo pautas importantes, foi no carnaval de 2020: “Naquela vez, fizemos uma batucada muito legal aqui. O TRT tem um programa pelo trabalho seguro e contra o trabalho infantil. Então, esse evento busca chamar a atenção para essa situação. Precisamos lembrar que no carnaval temos muito trabalho infantil e isso, claro, não deveria acontecer porque lugar de criança é na escola. Então, unimos forças: o TRT1, o sindicato e a Fina Batucada para levantarmos essa bandeira e levá-la adiante, mais uma vez”, afirmou Andrea.
O Juiz do Trabalho Marcos Dias, da 18º Vara e gestor do Programa Trabalho Seguro, no TRT1, também saudou todos e lembrou que, para além do carnaval, temos também que conscientizar a população para conseguirmos zerar os acidentes de trabalho e acabar com o trabalho infantil: “Em nome do TRT1, quero agradecer ao querido Sisejufe, à Escola de Música Villa-Lobos, ao Mestre Riko, esse gênio que está aqui conosco e também essa bateria, que é nota 10. E é isso: esse evento quer conjugar a alegria do carnaval com a necessidade de consciência social. São quase dois milhões de crianças no trabalho infantil. E só em 2021 foram 571 mil notificações de acidente de trabalho. Só em 2021. A série histórica, de 2012 até hoje, é de mais de 6 milhões de acidentes de trabalho e já morreram mais de 100 mil trabalhadores por conta de acidente de trabalho. Então, vamos brincar nosso carnaval, cantar nossa música com alegria, mas também conscientizar a sociedade de que temos um problema, um problema grande, mas que já é hora de acabar com ele”, disse ele emendando sua fala com a música de Gonzaguinha, que cantarolou ao microfone, sendo muito aplaudido por todos: “Viver e não ter a vergonha de ser feliz. Cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz”.
Ao final da apresentação do bloco, Mestre Riko, emocionado, falou: “Foi muito, muito bom, depois de tantos anos parado por causa da pandemia e de toda aquela dor que vivenciamos, voltar hoje com essa alegria, ainda mais defendendo uma causa dessas, né, tão importante, é muito bom e emocionante. Essa nossa parceria com o Sisejufe é especial. Parabéns a todos que estão juntos na luta e na alegria do samba, do carnaval”.
Batuque na Cinelândia
À tarde, por volta das 17h, já na Cinelândia, começou a concentração para a segunda apresentação do dia.
O bloco do Sisejufe desta vez ocupou uma parte da praça Floriano, em frente à Justiça Federal Rio Branco, com as alunas do Batuque na Justiça e as integrantes da Fina Batucada, sob o comando do Mestre Riko. Alguns homens reforçaram o batuque. No repertório, sambas de antigos carnavais.
Quem passava pelo local, parava para assistir o batuque e ganhava pequenos chocalhos para acompanhar a performance.
O desfile da noite contou com a participação de várias servidoras; da presidenta do Sisejufe, Eunice Barbosa; das diretoras Neli Rosa, Andrea Capellão e Lucena Pacheco; e do diretor João Victor Albuquerque, que era um dos puxadores de samba. Na plateia, estavam a diretora Larissa Lima Azevedo, a assessora política Vera Miranda e a representante de base Carla Nascimento.
Lucena ressaltou a força feminina. “O sisejufe, além de lutar pela categoria, pelos direitos trabalhistas e pelas condições de trabalho, também é cultura. A gente tem muita alegria de ter essa parceria com Mestre Riko na Fina Batucada, que a gente vem construindo com um excelente trabalho em favor das mulheres. Lugar da mulher é no lugar onde ela quiser e é isso que a gente está fazendo aqui hoje, com alguns homens nos apoiando, mas essencialmente com o talento da batucada feminina”, destacou.
A presidenta Eunice completou: “agradeço a todos vocês que vieram, curtiram aqui conosco e festejaram. Desejo que a gente siga tendo um carnaval seguro, com muita alegria e que isso nos fortaleça para seguir defendendo os direitos da classe trabalhadora e fortalecendo a democracia”.
A seguir, veja fotos e vídeos das apresentações que o bloco do Sisejufe fez hoje pelo Centro do Rio. Com vocês: “A Justiça é cega, mas eu não”, o bloco do nosso sindicato:
