Seis diretores do Sisejufe participaram do ato público, convocado pela Fenajufe, que aconteceu em Brasília, nesta quarta-feira, 08/02, em prol da democratização do Judiciário, cobrando diálogo do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com servidores e pedindo a suspensão da resolução sobre o teletrabalho, CNJ 481/22, a chamada “Resolução do Retrocesso”, que alterou as regras para o retorno ao trabalho presencial nos tribunais sem nenhum diálogo com os servidores. O ato marcou também os 30 dias dos ataques contra as sedes dos Três Poderes da República.
Pelo Sisejufe, estiveram presentes as diretores Lucena Pacheco, Soraia Marca e Fernanda Lauria (que também são coordenadoras da Fenajufe), além dos diretores Helena Cruz, Anny Figueiredo e Carlos Henrique Ramos (Carlão).
Chamado pela Fenajufe, o ato reuniu também representantes da Fenajud (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados) e Fenamp (Federação Nacional dos Servidores dos Ministérios Públicos Estaduais), além da Associação dos Servidores da Justiça do DF (Assejus), da Associação dos Servidores da Justiça Brasileira (ASJB) e diversos sindicatos de base de todo o país.
O grupo se reuniu e iniciou o ato às 10h, em frente ao CNJ. Soraia Marca, diretora do Sisejufe e coordenadora da Fenajufe, falou sobre essa importante mobilização da categoria:
“É inadmissível que a vida de centenas de servidores seja resolvida e afetada por decisões de gabinete, sem que os servidores, que são os principais atingidos, tenham sido ouvidos. A atuação do CNJ vai de encontro ao espírito da sua criação, já que o objetivo era justamente democratizar as decisões tomadas. É importante lutarmos para que o CNJ volte a ser um órgão mais democrático”.
A diretora Anny Figueiredo, coordenadora do Departamento de Mulheres do sindicato, também cobrou respeito e valorização a todos os servidores e servidoras do Judiciário:
“Essa resolução 481 do CNJ foi desrespeitosa com todos nós. Durante a pandemia, todos nós tivemos que nos adaptar. Muitos mudaram de cidade, de estrutura familiar, e agora, de surpresa, tem que voltar todo mundo ao trabalho presencial. Sendo que o trabalho à distância nunca prejudicou nada. Ao contrário. Nós tivemos resultados excelentes. Na maioria dos tribunais, até melhores do que os presenciais. Sendo que o servidor, na maior parte, arcou até com as despesas, e mesmo assim o resultado foi mantido e superado. Então, não justifica se decidir isso de voltar e não nos ouvir”.
No fim da manhã, os representantes das entidades foram recebidos por Carmen Gonzalez, juíza auxiliar da presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Rosa Weber, e defenderam pautas importantes para a categoria, como a revisão da portaria do teletrabalho. O grupo entregou à Carmen Gonzalez um abaixo-assinado, com mais de 11 mil assinaturas, contrário à portaria.
À tarde, já na Câmara dos Deputados, os representantes das entidades ainda se reuniram com o vice-líder do governo na casa, deputado Alencar Santana (PT-SP), para tratar da questão da incorporação dos quintos na reposição salarial que está começando a ser paga.
Sobre isso, a coordenadora da Federação e diretora do Sisejufe, Fernanda Lauria, comentou: “O deputado se comprometeu a buscar uma agenda com o presidente da Câmara, Arthur Lira, para a gente conversar sobre os quintos. Vamos retomar essa agenda”.
Ao final do ato, o diretor Carlão, coordenador do Núcleo de Agentes da Polícia Judicial do Sisejufe (NAP), considerou positiva a convocação feita pela Federação: “A mobilização de toda a categoria é fundamental. Fomos recebidos, ouvidos. Agora, é esperar e continuar cobrando um bom feedback às nossas justas reivindicações”.