O ano de 2020 exigirá da categoria intensa mobilização e estratégia para tentar impedir o avanço da reforma administrativa, que propõe a desestruturação total do serviço público e a retirada de direitos do funcionalismo e, como consequência, da população. Esta foi a principal mensagem da Assembleia Geral, nesta quarta-feira (11/12), que teve o objetivo de passar os informes da reunião ampliadinha da Fenajufe, ocorrida no último sábado.
O vice-presidente do Sisejufe, Lucas Costa, conduziu a atividade, uma vez que a diretora Soraia Marca, que representou o sindicato na ampliadinha, estava acompanhando o julgamento dos Quintos no Supremo Tribunal Federal (STF).
Lucas informou que na reunião ampliadinha os sindicatos do Judiciário Federal e MPU aderiram à agenda das centrais sindicais dos servidores públicos e destacou que o calendário de luta começou essa semana – com indicativo de trabalho dos sindicatos junto aos parlamentares que compõem a CCJ – e se estenderá por todo o ano de 2020. Em janeiro, a previsão é de visita aos locais de trabalho para construção da mobilização e da Greve do 18 de Março (18M).
Em fevereiro, haverá rodadas de assembleias nos estados para eleição de delegados à ampliada, além de discussão e votação do indicativo de greve para o 18M. Uma data importante também será a atividade do conjunto da classe trabalhadora no auditório Nereu Ramos na Câmara dos Deputados, em 12 de fevereiro. Antes do 18 M, a categoria será convocada a integrar as atividades do Dia Internacional da Mulher. O calendário prevê atos e protestos até dezembro de 2020. (Veja calendário completo neste link)
“Essa reunião é uma forma de manter aquecido o debate e dar seguimento à organização da nossa luta. Essa luta que vai ser ampla e precisa envolver os servidores e servidoras dos municipios, dos estados e da União. E teremos que atuar em várias frentes: nas ruas, com as manifestações de massa; nas redes sociais, disputando a narrativa contra as “fake news”; nos ambientes em que a gente convive com amigos e familiares, para demonstrar toda injustiça que representam esses projetos; nos tribunais, onde faremos o embate no campo jurídico; e, principalmente, no Congresso, ocupando os espaços, pressionando e fazendo o trabalho de convencimento dos parlamentares, como fizemos em 2015, na luta pelo nosso reajuste. Precisamos da classe trabalhadora se unindo para fazer a resistência”, disse o vice-presidente do sindicato.
O diretor Ricardo Azevedo lembrou que estamos vivendo tempos sombrios de retirada de direitos, retrocedendo à Idade Média. O dirigente destacou, no entanto, que a luta pode ser vitoriosa, como mostra o PL 6159, que propôs a destruição das cotas no mercado de trabalho para pessoas com deficiência. Com organização e mobilização suprapartidária, foi retirada a urgência do projeto e há um compromisso das presidências da Câmara e do Senado de que a proposta do governo não deve prosperar. “Esse projeto é tão destruidor que conseguiu unir direita e esquerda”, ressaltou.
O representante de base João Victor Albuquerque alertou que, além da PEC Emergencial, há outra, a PEC 438/18, de autoria do deputado Pedro Paulo Carvalho (DEM-RJ), que é a que está mais avançada e também busca reduzir salários e congelar a progressão. “Os gatilhos são os mesmos”, disse.
A servidora Andrea Regina da Fonseca Capelão alertou quando aos ataques específicos à Justiça do Trabalho, que colocam em risco a sua existência. “Não é com ou sem a Justiça do Trabalho que a economia vai andar ou deixar de andar. É através de atividades efetivas do governo”, pontuou.
A diretoria do Sisejufe pediu aos servidores que estejam atentos aos chamados do sindicato porque a luta se dará através da união.