O Sisejufe denuncia a tentativa de golpe que busca inviabilizar o processo eleitoral e destruir a nossa democracia. O atual presidente, desde que foi eleito, vem adotando posturas de ataque ao funcionalismo e desmonte dos serviços públicos. Agora, às vésperas das eleições, mira sua artilharia na Justiça Eleitoral, com o claro intuito de instigar a população contra o processo eleitoral e seus servidores.
Desrespeitando a laicidade do Estado, em afronta à Constituição cidadã de 1988, se une a lideranças religiosas e a militares saudosistas da ditadura, buscando deslegitimar as instituições da República, causar o caos e, assim, justificar a inviabilização das eleições de 2022 ou desconhecer seu resultado, caso seja desfavorável ao seu projeto entreguista, corrupto e anti-povo.
Desde que iniciou seu governo, buscou destruir todos os direitos sociais possíveis e desmontar o Estado e a República. Implementou uma reforma da Previdência brutal, cortou orçamento da Saúde e Educação, destruiu a Cultura, liberou garimpo ilegal nas terras indígenas e fez com que o desmatamento da Amazônia fosse recorde. Seu projeto representa a opressão a minorias, violência de gênero, o racismo, a misoginia e o machismo.
Bolsonaro e companhia mostraram particular ódio ao serviço público (perfeitamente descrito na famosa “granada no bolso” dita pelo pinochetista Paulo Guedes), buscando destruí-lo de todas as formas, inclusive insistindo na aprovação da reforma administrativa. Encheu os órgãos públicos de militares para vigiarem e perseguirem servidores de carreira, paralisarem suas funções precípuas e, assim, prejudicar a população. O presidente aparelhou completamente o Estado brasileiro, em um nível jamais visto desde a proclamação da República, buscando transformar a Polícia Federal em sua Gestapo e as Forças Armadas em sua milícia particular.
A tudo isso se soma o fato de que desde 2018, Bolsonaro tem declarado, sem provas, que as eleições por meio de urnas eletrônicas são fraudadas, espalhando todo tipo de mentiras. Deve-se destacar que essas mesmas urnas o elegeram presidente e reelegeram por anos como deputado de mandato medíocre, assim como aos seus filhos, sem nunca ter sido comprovada qualquer fraude. Agora, conseguiu a adesão de parte dos generais que, subordinados somente a ele, questionam o processo eleitoral, mesmo depois de 25 anos acompanhando, concordando e participando como suporte da execução das eleições.
Finalmente, em 18 de julho, diante de 40 embaixadores estrangeiros estupefatos, o ex-capitão reafirmou suas mentiras sobre urnas eletrônicas e o processo eleitoral. É evidente que, diante da tragédia que tem sido seu mandato e da derrota iminente nas eleições que se avizinham, o ex-capitão apela para o que lhe resta: o terror e o golpismo.
Os servidores do Judiciário, assim como toda a população brasileira, devem estar atentos para resistir ao golpe e garantir o direito de escolher seu destino nas urnas, conquistado a duras penas após 21 anos de ditadura.
Nenhum passo atrás, nenhum direito a menos! Pela Justiça eleitoral Democracia agora e sempre!