Servidores públicos federais de todo o país estiveram reunidos nesta quarta-feira, 23, em Plenária Nacional. Convocada pelo Fonasefe – Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais – e pelo Fonacate – Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado -, a Plenária teve o objetivo de ouvir a base das carreiras quanto à construção do movimento paredista em defesa do reajuste emergencial.
Representantes da Fenajufe e sindicatos da base do Judiciário Federal estiveram presentes.
O encontro serviu, principalmente, como momento para que as lideranças pudessem ouvir a base no que diz respeito à construção do movimento. Nos informes das entidades ficou evidente angústia de servidoras e servidores, frente à acelerada deterioração dos salários, alguns com perdas acumuladas que beiram os 50% nos últimos anos.
E o funcionalismo tem pressa, muita pressa para deflagrar a greve, vista como única maneira legítima de pressionar o governo a uma negociação. Essa, inclusive, foi uma das principais críticas da base:
Mas, como bem explicaram os dirigentes, uma greve não é construída da noite para o dia. É preciso convencimento, mobilização e envolvimento pessoal de cada servidora e servidor. Não é um trabalho exclusivamente de responsabilidade dos sindicatos e das direções sindicais. É, antes de tudo, um trabalho em que o principal elemento é aquele e aquela que estão ao lado de um colega, de uma colega, seja na seção física ou no grupo de trabalho do digital.
Outro ponto considerado na construção de uma greve, explicaram vários dirigentes, é a vulnerabilidade de umas carreiras em relação a outras, o que reflete principalmente na capacidade de resistência.
Também a luta contra a reforma administrativa foi apontada como preocupação constante mesmo durante a busca da recomposição emergencial. Na participação da deputada Alice Portugal (PCdoB/BA) e do deputado Rogério Correia (PT/MG), a resistência contra a PEC 32/20 e a vitória infligida ao governo, soaram como inspiração para avançar na construção da greve neste momento.
Rogério Correia denunciou ainda que neste momento, quem amarra a realização da Comissão Geral na Câmara dos Deputados para discussão do reajuste do funcionalismo – proposta pela Fenajufe em reunião da Frente Parlamentar Mista do Serviço Público – é o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP/AL).
Organização nacional
Um dos pontos orientados na Plenária foi a urgente necessidade de criação dos Comandos Estaduais de Greve, o que não só fortaleceria a posição do funcionalismo, como também acentuaria a mudança de posição do segmento, abandonando uma postura defensiva e avançando rumo à pressão efetiva sobre o governo.
Ainda segundo os dirigentes, o calendário proposto para o movimento busca construir a unidade daqueles setores mais avançados e organizados na construção da greve, com aqueles que estão ainda em negociações mais difíceis com suas bases.
O calendário do movimento está assim proposto:
08/03 – Dia Internacional da Mulher – construção e participação nos atos nas cidades
09/03 – Lançamento do Comando Nacional de Construção e Mobilização da Greve
16/03 – Dia Nacional de Paralisação, Mobilização e Greve – com ato nacional em Brasília e atos em todo o país. Após esse dia, será dado o prazo de 7 dias para o governo negociar com os servidores, e caso o governo continue em silêncio:
23/03 – Início da Greve Nacional do Funcionalismo Público