Por Agenor Burla*
Caça Esportiva é uma espécie de entretenimento que, amparado na covardia e na crueldade, leva morte e sofrimento à outros animais.
Ela contém ingredientes tão absurdos que merecem evidenciação:
1 não conta com o aceite, a concordância, ou mesmo a ciência de uma das partes, o caçado.
2- Não há qualquer possibilidade de benefício, resultado favorável, caso o caçado tenha méritos. Na pesca esportiva, por exemplo, estimula-se o pescador a devolver o peixe ao seu habitat. A diversão é apenas a captura. É um jogo. Na caça, o ápice, a glória, se confunde com o extermínio, a morte, o assassinato.
3- O caçador, ao invés de buscar um embate direto, limpo e meritório (vai, na mão, caçar tigre e porco do mato que eu quero ver), faz uso de equipamentos e ardis, tentando revelar-se vencedor de uma guerra verdadeiramente injusta (sem motivação consistente) e desproporcional em recursos, cujos resultados pretendidos são irreversíveis (mortes, sofrimentos, multilações, orfandades e etc).
Eu tenho uma amiga que dá um belo exemplo de relacionamento com a natureza. A Martha Kinach Lima . Ela e o seu esposo fotografam lindos pássaros de nossa fauna, publicando seus cliques na rede. É lindo! Eles entram em sintonia, registram a beleza e o encantamento presentes nas cenas do cotiano daqueles bichinhos e, quando retornam, deixam intocáveis tudo aquilo com o que interagiram. Isso sim deve ser estimulado e multiplicado.
Se você concorda com caça esportiva, tendo a morte de animais como forma de entretenimento, você não precisa de mais armas e munições, precisa mesmo, urgentemente, de uma psicoterapia para despertar empatia e sensibilidade adormecidas em seu ser.
*Agenor Burla é supervisor da Seção de Contadoria de Niterói