Segundo a Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público, reunida nesta segunda-feira (31/5), as manifestações do dia 29 de maio – #29M – podem ter fortalecido a luta contra a PEC 32, conhecida como Reforma Administrativa.
A mobilização, que levou centenas de milhares de pessoas às ruas em mais de 210 cidades e 14 países, trazia como motes principais a defesa da vida, a aceleração na vacinação da população e o repúdio às políticas do governo Bolsonaro – dentre essas políticas, está a PEC 32.
Em novo balanço sobre a situação da PEC, parlamentares e dirigentes sindicais integrantes da Frente avaliaram que, mesmo depois do atropelo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara na semana passada, ainda há chances da Reforma ser barrada.
O deputado Rogério Correia (PT/MG), coordenador da Frente Parlamentar Mista do Serviço Público, informou que o requerimento que saiu da CCJ e está pronto para ser lido em plenário não será apreciado nesta semana. Correia, em conjunto com outros parlamentares que compõem a frente, se reuniram com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP/AL) e conseguiram adiar a leitura do requerimento para a semana dos dias 07 a 10 de junho.
Também está previsto para o dia 07 a votação no STF da suspensão da tramitação da Reforma Administrativa. Esse requerimento foi impetrado pela Frente Servir, sob a alegação de falta de dados suficientes do governo sobre os supostos resultados da PEC economicamente positivos para o país.
Além dessas iniciativas, está na agenda de lutas a entrega, no dia 09, de um abaixo-assinado organizado pela Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público a Arthur Lira. O documento já conta com quase 100 mil assinaturas de apoio à paralisação da tramitação da PEC.
Presente na reunião de hoje da Frente, a diretora do Sisejufe, Soraia Marca, enfatizou a necessidade de manter a mobilização contra a reforma que, se aprovada, pode destruir o serviço público. A dirigente reforça a avaliação de que os atos do #29M foram importantíssimos para a pressão contra a PEC. “A reforma Administrativa está desidratando e os protestos tiveram papel importante para aumentar a pressão”, relatou.
Anny Figueiredo, que também é diretora do sindicato e integrante da Frente Brasil Popular, opina sobre o que levou a população a protestar em meio à pandemia. Ela aponta que a demora na compra da vacina e o projeto de governo de deboche com a saúde da população começaram a gerar uma revolta muito grande em todo mundo. Aqui no Rio de Janeiro, essa insatisfação culminou com o massacre no Jacarezinho, que fez o povo preto e pobre ir para a rua.
“Isso acabou puxando também as entidades e movimentos sociais a fazer a luta no sentido mais amplo pela vacina, pelo auxílio emergencial, pela comida e pela defesa da vida. Nós defendemos o isolamento diante dos riscos da Covid-19, mas infelizmente chegamos a um ponto em que percebemos que se não formos para as ruas nada vai mudar”, completou.