Os acusados pelo assassinato da servidora do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) Elizabete Lopes Machado foram condenados pela Justiça Federal a 17,5 anos de prisão por homicídio quatro vezes qualificado. O crime ocorreu em 2004, quando ela era chefe de cartório da 225ª Zona Eleitoral de Seropédica. A direção do Sisejufe, que acompanhou o julgamento, considerou a pena branda, diante da gravidade do caso.
Elizabete foi morta em 2004 após ser aprisionada, atacada e queimada viva. Para o Ministério Público Federal, o homicídio qualificado estava diretamente relacionado à encomenda de políticos de Seropédica para assegurar ou ocultar fraudes eleitorais, dando motivação política ao crime, cometido mediante pagamento ou promessa de recompensas. As fraudes na 225ª Zona incluiriam, defendeu o MPF, a transferência de títulos de eleitores entre 2001 e 2004.
Para o vice-presidente do Sisejufe, Lucas Costa, a sociedade precisava com urgência de uma resposta para esse crime bárbaro, identificando e punindo os culpados, sob pena de perpetuar a sensação generalizada de impunidade não apenas em relação aos autores diretos desse crime bárbaro, mas também para outros grupos criminosos que atuam exercendo ilícitos eleitorais e eventuais ameaças a servidores da Justiça Eleitoral.
Para o dirigente, o crime é ainda mais grave do que um homicídio porque, além da vida de uma pessoa, foi executado em função das atividades que a servidora exercia no Tribunal Regional Eleitoral. Segundo ele, o desfecho desse processo deve funcionar como fator inibidor para que outros casos dessa natureza não venham a ocorrer.
“A servidora foi cruelmente assassinada em decorrência da função que exercia, o que torna o crime ainda mais estarrecedor e demonstra, em última análise, que o ataque se deu não só contra uma vida humana, mas contra o próprio estado democrático de direito”, afirma o dirigente.