A direção do Sisejufe repudia veementemente a declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, que comparou funcionários públicos a “parasitas” ao comentar, nesta sexta-feira (7/02), as reformas administrativas pretendidas pelo governo Bolsonaro. Pois o verdadeiro parasita é o próprio Guedes. O ministro foi denunciado pelo Ministério Público Federal e está sendo indiciado pela Polícia Federal por suspeita de cometer irregularidades na gestão financeira de fundos de investimento.
Ele é acusado de usar uma de suas empresas para lucrar em cima do prejuízo de estatais e seus fundos próprios de aposentadoria complementar. Pela sua duvidosa trajetória profissional, com essa acusação que pesa nas suas costas, não resta a menor dúvida de que Guedes é o grande parasita do governo.
Na sua fala de hoje, Guedes criticou o reajuste anual dos salários dos servidores que, segundo ele, já têm como privilégio a estabilidade no emprego e “aposentadoria generosa”. Quando diz: “o hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita, o dinheiro não chega no povo e ele quer aumento automático”, o ministro, além de fazer um comentário desrespeitoso, incompatível ao cargo, demonstra má-fé e desconhecimento quanto à realidade do funcionalismo público. Para que existisse o “aumento automático”, a Constituição deveria ser respeitada pelo Governo, com a previsão de uma data-base. O que não acontece atualmente. Hoje, para um servidor ter reajuste de salário precisa ter um Projeto de Lei que passe no Congresso e seja sancionado.
No infeliz discurso, Guedes ainda prometeu que aprovaria o fim da estabilidade, a redução em até 25% dos salários e a implementação de uma política de congelamento salarial permanente.
A fala irresponsável foi dada pelo ministro em palestra na Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV EPGE) no encerramento de um seminário sobre o Pacto Federativo. Se fizermos uma analogia ao premiado filme “Parasita”, é certo dizer que a elite é a verdadeira responsável pelas desigualdades no sistema capitalista e não o funcionalismo público. Parasitas são os donos do capital financeiro, que acumulam lucros recordes, enquanto as desigualdades sociais se aprofundam no país.
É notório que há uma grande articulação do Governo, parte do Congresso e capital financeiro para desqualificar servidores e serviços públicos, culpando-os por todas as mazelas que acometem o País. Guedes fomenta o ódio ao disseminar tais informações falsas.
O ministro é um exemplo da forma despreparada com a qual o governo lida – por meio de seus quadros – com os trabalhadores que mantêm, através dos serviços públicos, a garantia dos direitos constitucionais fundamentais do cidadão brasileiro. Governos vêm e vão. Já os servidores públicos são os indivíduos que mantêm o Estado em funcionamento independentemente de qual governo de plantão.