Por Cristiane Vianna Amaral, Fortunato Mauro e Max Leone*’
O dia de Greve Geral no Judiciário carioca foi marcado por piquetes de conscientização nas entradas de oito locais de trabalho das justiças federais no Rio de Janeiro – SJRJ, TRT1, TRF2 e TRE. Diretores do Sisejufe e apoiadores se dividiram para mobilizar e informar a categoria acerca do próprio dia de Greve Geral, assim como sobre as reformas, da tentativa de desmonte do Judiciário Federal e de questões internas e localizadas da categoria e seus tribunais no estado.
Atendendo à solicitação do sindicato, com vistas a informar da participação dos servidores na Greve Geral, a Presidência do TRF2 autorizou a liberação dos servidores às 17h, hora marcada para o início da concentração do Ato Unificado na Candelária. A JF também seguiu a mesma orientação. Os demais tribunais não atenderam ao sindicato.
No TRT1: reforço da luta contra as reformas
A manifestação, na parte da manhã, conclamava servidores do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT1) e população a participarem da Greve Geral. O diretor do Sisejufe Ricardo Quiroga destacou que a paralisação teve como objetivo reforçar a luta contra a aprovação das reformas da Previdência e Trabalhista, impostas pelo governo Temer.
No TRF2 conflito com a PM marcou a mobilização
Por volta das 11h, integrantes do Movimento Sem Terra (MST) passaram em frente à sede do TRF2, onde o Sisejufe realizava mobilização da categoria judiciária. A direção do Sindicato convidou os trabalhadores rurais para falarem aos servidores do Judiciário. No momento em que o MST estendeu sua faixa ao longo da via, a Polícia Militar, que os acompanha, agiu com truculência, chutando os trabalhadores e arrancando a faixa.
O diretor do Sisejufe Ronaldo das Virgens intercedeu junto aos policiais, já que a manifestação era legítima e pacífica, e foi ameaçado por um militar, que chutou o cone que demarcava o local de mobilização do sindicato. “Se eu tiver que agredir o senhor, vou agredir”, disse o policial sem identificação aparente. “Estamos em nosso local de trabalho, na porta de um tribunal, isso é um absurdo”, bradou o dirigente do Sisejufe.
Em seguida, duas viaturas e diversas motos estacionaram junto ao TRF2, constrangendo os servidores que participavam da mobilização. Mais uma vez houve discussão e, dessa vez, com uma servidora, quando a diretora Soraia Marca teve que intervir junto ao policial e denunciar a coação junto à Presidência e Assessoria de Segurança do Tribunal. “É o maior ataque aos direitos dos trabalhadores. Se a Reforma da Previdência passar, ninguém vai se aposentar”, destacou a diretora Soraia. A dirigente também denunciou o desmonte da Justiça do Trabalho, por meio da Reforma Trabalhista. Já o diretor Ronaldo centrou fogo na Terceirização. “Quem vai escolher os trabalhadores é quem está no poder”, denunciou.
No TRE, a tônica foi de denúncia
Contra o desmonte a Justiça Eleitoral se posicionou a diretora do Sisejufe Fernanda Lauria. “Com o desmanche da Justiça Eleitoral, a vontade do eleitor não será prevalente. O que ficará, serão os esquemas do coronelismo, dos currais eleitorais, da compra de votos entre tantas outras práticas dessa natureza que foram combatidas ao longo de anos e que voltarão com força total se o desmonte da Justiça Eleitoral vier a se confirmar”, denuncia a diretora do sindicato que é servidora do TRE-RJ.
Além disso, Fernanda também se pronunciou, junto a público que transitava nas imediações DO TRE, na Avenida Presidente Wilson, contra as reformas que vêm sendo levadas à cabo pelo governo Temer.