Pouco mais de dois meses após a assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) da operadora de saúde Unimed-Rio, “a situação financeira não apresentou melhoria significativa, apesar de indicativos de novos contratos de prestação de serviços”, segundo avaliação do Ministério Público do Rio (MP-RJ). O MP informou também que, em encontro recente com a operadora, “não foram detectados pontos críticos no atendimento aos clientes e pagamento à rede prestadora”.
Os promotores responsáveis pelo caso têm feito reuniões periódicas para avaliar o cumprimento das medidas e avalia que o acordo está seguindo o trâmite normal.
O TAC assinado no fim de novembro estabelecia uma série de exigências, para serem implementados em até 90 dias, entre elas quitar a dívida bancária de curto prazo avaliada em R$ 120 milhões e pagar as dívidas para com os prestadores de serviço para que o atendimento médico seja normalizado. Os médicos cooperados também precisam fazer aportes mensais de R$ 10 milhões, o que está sendo feito, segundo o MP-RJ.
Em nota, Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) informou que a expectativa “é que a Unimed-Rio consiga cumprir todas as obrigações e adote as medidas capazes de reequilibrar sua situação econômico financeira e assistencial”. Caso a cooperativa carioca não consiga implementar as medidas, “o Sistema Unimed assumirá a integralidade do atendimento aos beneficiários, e, com isso, eles terão assegurada a assistência”.
Para a regularização total das dívidas da Unimed-Rio, em números atuais, é preciso entrar no cofre da cooperativa médica R$ 1,86 bilhão, segundo balanço divulgado em dezembro. Uma das alternativas estudadas está a venda de imóveis.
A Unimed-Rio informou que vem cumprindo “integralmente todas as condições do TAC”: assinou acordo com 80% da rede prestadora para garantia de atendimento aos clientes e cumprimento das condições negociadas de pagamento; fez parceria com o Banco Santander para buscar soluções de quitação de empréstimos de curto prazo e avaliar novas opções de negócio; e reduziu o volume de reclamações em 45% no mês de janeiro. “Dentro deste cenário, o atendimento aos clientes está normalizado e a empresa vem reestruturando diversos processos internos de forma a deixar a prestação de serviço mais ágil e eficiente”, informou em nota a cooperativa. Leia matéria
Fonte: Robson Salles do Jornal Valor Econômico