“Estamos sofrendo o pior ataque aos direitos dos trabalhadores na história do país.” Com essa declaração, o presidente do Sisejufe, Valter Nogueira Alves, abriu sua fala no ato Nenhum Direito a Menos, em frente à Justiça Federal da Rio Branco, que também contou com a participação da diretora Maristela Vicente. Nessa terça-feira (13/12), o Sindicato realizou paralisações em frente aos foros contra a PEC 55 e a Reforma da Previdência.
Durante o ato, o presidente do Sisejufe recebeu a notícia de que a PEC 55 havia sido aprovada no Senado em segundo turno. Valter criticou a postura do Legislativo, pois o jornal Folha de São 
Paulo divulgou hoje uma pesquisa na qual aponta que 60% da população é contra a medida do teto de gastos. Apenas 24% é a favor, enquanto 12% não sabe e 4% se declarou indiferente. “O próprio Banco Mundial caracterizou a proposta como desastrosa para a educação”, destacou Valter.
Valter criticou duramente a Reforma da Previdência, que retiraria os recursos dos trabalhadores para colocar no mercado. “Foi uma proposta elaborada pelos fundos de pensão.” Para o presidente, não existe um desequilíbrio estrutural das contas do governo. “O dinheiro da Previdência tem sido usado para pagar juros. E quem paga a conta é o andar de baixo.”
O presidente acredita que todos os trabalhadores devem estar unidos neste momento, na luta em defesa da sociedade e do Estado. “Só com uma grande mobilização vamos conseguir barrar a retirada de direitos.”
No TRE, servidores fazem roda de conversa
No ato do TRE, Valter salientou os problemas que estão sendo enfrentados pelos servidores do estado do Rio de Janeiro, consequência de uma política equivocada de isenções fiscais.
“Para onde estão indo as contribuições? Onde o dinheiro está sendo investido? Esse deveria ser o primeiro item da Reforma da Previdência”, acredita o diretor Ronaldo das Virgens, que também participou do ato no TRF Acre, junto aos diretores Lucena Pacheco e Edson Mouta. Ele adverte que se os trabalhadores não se organizarem, logo virá a Reforma Trabalhista. “Renan vendeu a sociedade para ficar isento de sua condenação” concluiu. O servidor Leonardo Chueri também criticou as políticas que estão sendo postas em curso pelo governo.
A diretora do Sisejufe Adriana Tangerino conduziu uma roda de conversa com os servidores para esclarecer pontos da retirada de direitos em curso.
TRT mobiliza servidores
No TRT da Lavradio, o diretor Ricardo Quiroga, falou sobre a necessidade da mobilização de todos os servidores para evitarem a retirada de direitos, relembrando a greve do ano passado que foi fundamental para o reajuste. “Portanto, temos que aumentar a conscientização da categoria e radicalizar nossa atuação, inclusive com greve, se for necessário. O sindicato somos todos nós: é necessário fortalecer o instrumento de defesa e organização dos trabalhadores.”
Para Quiroga , a PEC 55 e a PEC 287 não têm legitimidade, uma vez que não foram aprovadas nas urnas nem em debates com a população. “Estão sendo implementadas a toque de caixa para prejudicar os trabalhadores e a população em geral, em detrimento de benefícios a empresários e banqueiros.” O ato contou ainda com a participação do diretor Amauri Pinheiro.
Protestos também foram realizados na Almirante Barroso, Venezuela e foros do interior
Na Justiça Federal, em frente ao prédio da Almirante Barroso, o diretor Dulavim de Oliveira afirmou a ilegitimidade de um presidente que não foi eleito e com baixíssima popularidade, para implementar medidas que oneram justamente os menos favorecidos. “A PEC do Teto fere direitos humanos e vai prejudicar os mais pobres, segundo a ONU.” O servidor Nilton Castro manifestou sua indignação ao ler um texto sobre a atual situação do país.
Também foram realizados atos na Justiça Federal da Venezuela e nos foros do interior, como em Cabo Frio.
Cristiane Vianna Amaral
Redação Sisejufe
