Servidores do Judiciário Federal do Sul Fluminense se uniram nesta quarta-feira (15/7) em um ato em Volta Redonda. Foi mais uma demonstração de força da categoria, que intensifica a pressão para que a presidenta Dilma sancione o PLC 28/15. O grupo fez um ‘arrastão’ no prédio da Justiça do Trabalho e depois seguiu em passeata pelas ruas da cidade. No caminho, os manifestantes entregaram cartas à população para explicar que o funcionalismo não luta por aumento e sim pela reposição das perdas inflacionárias dos últimos nove anos.
“Lutamos por respeito e dignidade. Nós não temos uma data-base. Então a cada ano nosso salário vai perdendo valor. Nosso último Plano de Cargos e Salários foi aprovado em 2006. E desde 2009 tentamos aprovar um novo PCS. O momento é esse porque temos o apoio da OAB, de associações de Magistrados, vários deputados e senadores também já se declararam favoráveis à nossa proposta e o governo federal se encontra em um momento fragilizado”, afirmou o diretor do Sisejufe Edson Mouta.
A passeata seguiu para a Justiça Federal, onde foi feito um novo ‘arrastão’ para sensibilizar quem ainda não aderiu à greve.
“Estamos aqui para manifestar nossa indignação porque o governo vem dificultando nossa reposição salarial. A recomposição salarial é direito de todo cidadão. Está na Carta Magna mas nós não recebemos”, disse o funcionário da 90ª ZE, Lucas Ferreira Costa, responsável pela organização do ato.
Lucas fez ainda um emocionante desabafo: “Eu era um advogado tributarista bem sucedido, morava na cidade do Rio de Janeiro e decidi ir atrás da estabilidade do serviço público. E não foi nada fácil. Passei três anos da minha vida estudando oito horas por dia para passar no concurso do Judiciário. Sei que todos aqui também se sacrificaram para chegar até aqui. E a cada ano temos que abrir mão de pequenos direitos porque estamos há nove anos sem qualquer reajuste. Nosso movimento é sério. Ninguém gosta de ficar parado, sem trabalhar. Está na nossa veia, no nosso sangue bem servir à população. Mas a greve é nosso último recurso. E já demos nossa contribuição ao ajuste fiscal ao aceitar a recomposição, que é nosso direito, postergando em parcelas. A gente aceita parcelar e o nosso devedor ainda quer pagar um terço do que nos deve. Não aceitamos o veto. Se ele vier, vamos lutar para derrubá-lo.”
Ao final da manifestação, os servidores cantaram o Hino Nacional.