Max Leone e Bruno Franco*
Os servidores do Judiciário Federal no Rio de Janeiro decretaram Estado de Greve. A decisão foi tomada na quinta-feira, dia 03 de abril, por unanimidade, em assembleia realizada em frente à Justiça Federal, na avenida Rio Branco. A categoria segue, assim, o indicativo da Reunião Ampliada da Fenajufe que deliberou que os sindicatos nos estados intensifiquem o processo de mobilização da categoria contra projeto do Supremo Tribunal Federal (STF) de divisão dos servidores; pela manutenção da isonomia do quadro de pessoal do Judiciário Federal; e pela campanha por reajuste salarial isonômico com as carreiras típicas de Estado.
Os cerca de cem servidores que participaram da reunião no Centro do Rio aprovaram ainda a realização de uma nova assembleia no dia 29 de abril para – em função do cenário nacional e das possibilidades de êxito na luta – homologar a deflagração de uma greve do funcionalismo do Poder Judiciário Federal por tempo indeterminado, a partir do fim deste mês.
Para unir forças, conscientizar os servidores e garantir grande adesão ao processo de mobilização, também foi aprovado que os funcionários das justiças federais farão uma paralisações de três horas no Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT1), no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) e na Seção Judiciária do Rio de Janeiro (SJRJ). Os servidores cruzarão os braços no dia 9 de abril, das 11h às 14h, em seus respectivos setores. Haverá atos e manifestações nas portas dos prédios.
Ameaça de fragmentação
“Estamos vivendo um momento crucial para nossa categoria. Corremos o risco de vermos nossa carreira ser esfacelada. Por isso, temos que estar mobilizados para mais essa jornada de lutas. Não podemos ficar parados e não reagir a esse projeto do STF que acaba com a nossa carreira. O STF nos trata como cachorros e valoriza os servidores de tribunais superiores”, declarou Roberto Ponciano, diretor do Sisejufe e um dos coordenadores da Fenajufe, ao se referir ao projeto, apoiado pelo STF, com o intuito de criar uma carreira exclusiva para os servidores daquele tribunal, e que fere princípios constitucionais.
Em clima de exaltação, a assembleia marcou divergência entre setores da categoria em relação à condução do processo de mobilização. O diretor-presidente do Sisejufe, Valter Nogueira Alves, atentou para o fato de a categoria viver um momento delicado diante da ameaça que o projeto de fragmentação , apoiado pelo Supremo representa para o funcionalismo do Judiciário Federal. “Lembro aos companheiros que o momento é de união e todos devem estar mobilizados. Temos que lutar sim unidos a outras categorias do funcionalismo público, mas nunca esquecer de nossas especificidades, como a luta pelo PL 6.613/2009 e agora esse projeto que é extremamente lesivo a nós”, destacou Valter, em referência à campanha salarial unificada dos servidores públicos federais.
O diretor-presidente ressaltou, ainda, que o sindicato não medirá esforços na mobilização da categoria e que a partir da semana que vem diretores e ativistas da entidade vão percorrer os setores para incentivar a participação dos servidores em todas as atividades marcadas pelo Sisejufe.
*Da Imprensa Sisejufe