O Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RJ) realizou, em 21 de fevereiro, o seu 1º Ciclo de Palestras em Gestão Estratégica, com o objetivo de incentivar e transmitir informações aos magistrados e servidores acerca da elaboração participativa do planejamento estratégico 2015-2020.
O planejamento estratégico evita descontinuidades administrativas e visa uma melhor performance institucional, o que, nas palavras da vice-presidente do TRT, desembargadora Maria das Graças Viegas Paranhos, se coloca como uma tarefa que exige dos servidores dedicação, coragem e empenho.
O primeiro palestrante, Alexandre Ramos, coordenador do Comitê Gestor da Justiça do Trabalho no Planejamento Estratégico do Poder Judiciário e Juiz titular do TRT-SC, destacou que as pessoas querem mudanças, e, ao mesmo tempo, são avessas às mesmas. “E quanto mais tempo passam em uma zona de conforto, mais difícil é implementá-las. Tudo que temos que fazer será feito, de um jeito ou de outro. Vamos dar conta do trabalho. Mas, podemos fazer do melhor jeito. Manter o padrão antigo para enfrentar desafios novos está gerando stress, ansiedade, sensação de enxugar gelo”, avaliou Ramos.
Na avaliação do juiz, é preciso identificar os grandes litigantes e orquestrar uma resposta adequada, bem como fazer uma gestão de pauta dos processos que tramitam em primeira instância, os quais perfazem 90 % dos 92 milhões de processos tramitando no Judiciário brasileiro. Ramos citou a Residência Judicial, uma experiência feita em Santa Catarina, em que estudantes de pós-graduação atuam em gabinetes de juízes e desembargadores, e a conciliação com magistrados aposentados, como propostas inovadoras que podem auxiliar o Poder Judiciário no desafio de conceber uma gestão mais eficiente.
De acordo com Paulo Sérgio Vilches Fresneda, pesquisador e assessor da Embrapa, a liderança é essencial no processo de mudança. Liderança é organizar e motivar as pessoas para alcançar objetivos comuns. Não depende de posição formal. Mas, em tempos de mudança quem ocupa a posição formal deve assumir essa função e ter papel ativo na iniciativa de formulação, direção e execução. Se as pessoas não confiam na liderança, não mudarão. Se não entrar em seus corações e mentes, as pessoas tergiversam”, enfatiza o pesquisador.
O analista administrativo do Ministério Público Federal (MPF) e coordenador de Gestão Estratégica do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), Luiz Otávio Borges de Moura, ponderou que o cenário é cada vez mais complexo e incerto para a Justiça do Trabalho e citou que há 509 projetos de lei, que tentam impor mudanças na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Moura explicou que uma estratégia definida cria foco institucional, orienta a tomada de decisão correta, considerando a visão do cidadão-usuário, e citou exemplos de países, reconhecidos por seus bons modelos de gestão. “No Japão, 60% do tempo empregado em um projeto são gastos na fase de planejamento. Esse excesso de zelo faz com que a execução seja mais rápida e com menos erro. No Brasil, essa etapa consome apenas 10% do tempo. No Canadá, são destacados para o atendimento público funcionários experientes, com conhecimento técnico e que passam por testes de aptidão. No Brasil, o atendimento não é tomado como área nobre”, comparou o analista.
O seminário foi encerrado com uma oficina, na qual os servidores foram convidados a fazer um brainstorm usandoo modelo SWOT (do inglês strenghts, weaknesses, opportunities and threats) e apresentar o que acreditam ser as forças, fraquezas do Tribunal, bem como as oportunidades e ameaças presentes no cenário externo. As contribuições foram levadas aos comitês temáticos responsáveis pela gestão estrat