A diretora do Departamento de Aposentados e Pensionistas (DAP) do Sisejufe, Lucilene Lima, proferiu uma palestra no Programa de Preparação para Aposentadoria, da Justiça Federal, na sexta-feira, 25 de outubro. Neste que foi o oitavo (e penúltimo) encontro do programa, Lucilene fez um relato de suas próprias experiências ao se aposentar, enfatizou a necessidade dos servidores se manterem ativos e emocionou os presentes com sua história de vida.
Lucilene tinha 34 anos e 7 meses de contribuições previdenciárias quando optou por se aposentar. A decisão foi tomada pouco antes da mudança nas regras da aposentadoria, em setembro de 1997. A então servidora do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) tirou férias e deixou sua sala organizada e o trabalho “zerado”, com o zelo e dedicação, que lhe eram costumeiros. Ao voltar, encontrou pilhas de processos em sua mesa, na cadeira e até mesmo no chão. “Fiz jornada dupla, sem receber hora extra, zerei aquela montanha, e então fui ao departamento de pessoal saber o que precisaria para dar entrada no pedido de aposentadoria”, relata.
A tramitação foi mais rápida do que Lucilene esperava e quando saiu a publicação de sua aposentadoria, ela perguntou a sua chefe o que faria naquele momento. A resposta foi lacônica: “Pega a bolsa e vá embora”. A frieza desconcertante fez surgir uma sensação de desamparo ao deixar o local de trabalho ao qual dedicara tantos anos. “A distância até o hall dos elevadores pareceu uma distância enorme. Mas, não quis descer pelos elevadores. Desci os seis andares pela escada. Chorando. Saí pela porta dos fundos, andei a esmo. Um transeunte perguntou o que tinha acontecido, eu respondi que estava aposentada e ele retrucou ‘Então sorria’. Só parei de andar quando me deparei com as grades do Campo de Santana e como não sabia andar por lá, peguei um táxi”, relembra Lucilene.
Aposentada, Lucilene ingressou na vida sindical devido a uma gentileza feita pelo Sisejufe aos servidores das Justiças federais. “Recebi uma carta me convidando para comemorar meu aniversário no Sisejufe. Na verdade, era para todos os aniversariantes do mês. Mas, aquilo me cativou. Fui chamada para uma assembleia e passei a participar. Foram dois anos na base e depois ingressei na chapa que venceria as eleições do sindicato”, conta a diretora.
Baseada em sua experiência pessoal, Lucilene recomendou aos participantes dos cursos que, aqueles que ainda não o sejam, sindicalizem-se. “Depois que nos aposentamos, o sindicato passa a ser o único elo com a vida laboral. Não é bom para o aposentado vestir o pijama e ficar em casa. Isso só deprime. Sejam voluntários, na ONG, na igreja ou no sindicato. Não vamos ficar parados”, aconselha Lucilene.
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