Max Leone*
“Eu não me sinto seguro!”. Esse foi o recado dado em claro e bom som, nesta terça-feira (05/08), por mais de 180 servidores e funcionários terceirizados à direção do Foro da Avenida Venezuela, durante ato promovido pela direção do Sisejufe. Das 12h às 13h, os manifestantes cobraram soluções contra as condições de trabalho nos prédios da Justiça Federal, que têm sofrido abalos devido às obras do Porto Maravilha. Os participantes aprovaram propostas que serão encaminhadas à direção do Foro.
São elas: instalação de sismógrafo – aparelho detecta os movimentos do solo -; efetivação de uma equipe de técnicos e engenheiros no foro para que possam perceber de perto as condições dos prédios ao sofrerem tremores; colocação de uma sirene nas imediações para alertar os funcionários; que as implosões sejam feitas somente à noite; aumento do trabalho virtual com o servidor não atuando nos prédios da Venezuela; transferência do pessoal que apresentasse algum distúrbio do tipo síndrome do pânico; e elaboração de um abaixo-assinado virtual para a direção do Foro.
O ato chamou a atenção para a insegurança sentida pelos servidores lotados nos prédios. O funcionalismo e o pessoal terceirizado estão assustados com as rachaduras surgidas nas estruturas e os tremores que os edifícios sofrem a cada detonação no subsolo nas imediações do terreno, onde está sendo construído um túnel nas obras de revitalização da região.
Diretor do Sisejufe e um dos coordenadores da Fenajufe, Roberto Ponciano lembrou do descaso com que a Justiça Federal tratou o caso do prédio do Foro de Friburgo, após as forte chuvas de janeiro de 2011, quando ocorreu um grande tragédia na Região Serrana. “Até hoje, a direção do Foro não tomou um providência, mesmo o sindicato tendo feito uma vistoria com engenheiro independentes e laudos constatando o risco que os servidores correm no local”, afirmou.
Antes de começar o ato, um pedaço da estrutura de uma passarela foi entregue ao diretor do sindicato, comprovando que o prédio tem sofrido com os abalos. “Esse pedaço de pedra caiu da estrutrura de um dos prédios. Se acertasse alguém iria machucar seriamente. Temos que lutar por melhores condições de trabalho e proteger nossas vidas”, advertiu Ponciano.
O também diretor do Sisejufe Mario César Pacheco cobrou da direção do Foro uma resposta às reivindicações dos servidores. Ele sugeriu que fossem feitos boletins técnicos diários e detalhados sobre a situação dos prédios e serem enviados pela intranet da Justiça Federal para os servidores. Segundo o diretor, os engenheiros do Judiciário que participaram de uma das reuniões com o sindicato informaram que os sinais mais perigosos que podem aparecer na estrutura dos prédios são: rachaduras em 45º nas paredes e vidros quebrados e rachados nas janelas.
Mário César informou que a direção do Foro ficou de agendar uma nova audiência para tratar do assunto. “Sendo assim, todos os servidores devem comparecer a essa audiênci para questionar e pressionar a direção sobre os problemas nos prédios”, incentivou.
No fim do ato, os servidores aprovaram ainda uma moção de repúdio à empresa Porto Maravilha e à Prefeitura do Rio de Janeiro pela forma descompromissada e desrespeitosa como estão conduzindo o problema nos prédios do Foro da Venezuela.